Li há cerca de 2 dias um artigo da TSF, sobre o aumento da tuberculose em crianças com menos de 6 anos e considera voltar-se a vacinar os bebés com a a vacina da BCG ainda na maternidade.
Sinceramente nada de novo, nada que eu não tenha dito, quando decidiram retirar a vacina do PLano Nacional de Vacinação! O que é triste, nisto tudo, é que tenha de haver um aumento de tuberculose em crianças, para se reavaliar a medida. No observador, fiquei a par com as declarações em que Isabel Carvalho, diretora do Programa Nacional para a Tuberculose, deu ao JN.
E de quem é a culpa? Claro, dos profissionais! Aponta Isabel Carvalho:
“Três tinham critérios” para tomar a vacina, mas “não fizeram a vacina porque os profissionais de saúde não estão a aplicar os critérios corretamente”.
É lamentável que se chegue a este ponto, e que a culpa sejam dos profissionais, que não inventam vacinas! Se não há para dar não se pode administrar!
Na altura, em que a DGS decidiu retirar a vacina do Plano nacional de vacinação, porque não concordava, li muitos artigos sobre o que se praticava noutros países! E é certo que a vacina não faz parte do Plano em todos os países e noutros a vacina é aplicada em todos os bebés, nas regiões de risco, tal como se faz em Espanha.
A questão é que a DGS não só retirou a vacina do plano, como mudou de fornecedor! Deixou de comprar a um fornecedor europeu, Laboratório Statens Serum Institut, Dinamarquês. E em 2016 passou a comprar a vacina ao Japão – Japan BCG Laboratory, embora a BCG seja semelhante não é igual ou seja é composta por uma estirpe distinta!
BCG é a sigla para Bacillus Calmette-Guérin, uma vacina administrada para a prevenção da tuberculose. O Nome é em homenagem aos cientistas que a desenvolveram, em 1921, em França.
A BCG é uma vacina viva atenuada, derivada da micobactéria Mycobacterium bovis que após sucessivas passagens em meio de cultura “enfraquecem” a virulência. A Vacina BCG não oferece eficácia de 100%, mas previne a Tuberculose, e é eficaz contra as formas graves de tuberculose, como a meningite tuberculosa,
A vacina deixou de fazer parte do PNV desde 2016 e é bem claro no gráfico disponibilizado pela DGS, que ter deixado de vacinar não foi uma boa opção. Sempre defendi que na saúde a prevenção deve ser a primeira abordagem.
Segundo a notícia da TSF, no último ano, 34 crianças com menos de 6 anos contraíram tuberculose, quatro na forma grave. Nenhuma das crianças infectadas tinham sido vacinadas.
Lisboa e Porto são as áreas mais preocupantes! Ainda não há uma previsão para que a medida seja colocada em prática, e se volte a vacinar, mas tal como o ditado diz: “mais vale prevenir do que remediar”