Um aborto é um aborto, não importa o número de semanas de gravidez.
Ninguém apaga da memória o momento em que o teste deu positivo! Aquele momento, muda tudo! Não importa se a gravidez foi planeada ou não! Fazem-se contas, planos, a vida muda de um momento para o outro. Uma nova vida está a crescer. E de repente sem se estar à espera o sonho, não passa disso mesmo! Um Sonho, que acabou! Uma alegria que se torna numa tristeza profunda.
Sentimentos de fracasso e culpa são comuns. Socialmente não gostamos de falar de temas menos felizes, fala-se pouco da perda gestacional. Principalmente quando ocorre nas primeiras semanas de gravidez, altura em que a gravidez ainda não foi divulgada.
E quando se fala, na maioria das vezes a dor é subestimada.
Se quer ajudar alguém que sofreu uma perda gestacional, a primeira coisa a fazer, é não subestimar a sua dor. Acredite, a sua dor é tão grande, como a de uma mãe que perde um filho depois do nascimento.
Dizer aos pais que acabam de perder o seu bebé, seja qual for o momento da gravidez, ou pós-nascimento que: “logo terão outro filho”, “foi melhor assim”, “vocês nem vão sentir tanto já que quase não conviveram”, não é saudável.
A intenção é boa, na maioria das vezes o  objetivo é animar a mulher, dar-lhe esperança. Mas ela não precisa de frases feitas. Ela precisa de chorar, precisa de tempo para guardar o filho sonhado num cantinho para sempre. Talvez precise de um abraço e de um “estou aqui”. Só isso, sem mais palavras.

O sofrimento físico é exclusivo à mãe. Cabe à mesma compreender a sua perda e aceitar que deverá passar pelos procedimentos necessários, com o devido apoio. No entanto esta perda e o sofrimento emocional não é exclusivo à mãe. O pai sofrerá uma perda emocional e psicológica que poderá também ser incapacitante. E na maioria das vezes é remetido para um papel de mero apoio ao luto feminino. Mas ele também sofre, também perdeu um filho e também tem uma voz que quer ser ouvida.
A forma como se lida com a perda gestacional, depende muito das características de personalidade, dos recursos emocionais, da rede de suporte, do significado atribuído e grau de ligação materno-fetal.
Reconhecer que é preciso suporte, nesta fase, é o primeiro passo para se reconstruir e integrar nesta experiência. Procure ajuda, não tem de passar por isto sozinha/o.

 

Chamam-me Fada, ou Encantadora de Bebés! Mas na verdade sou Mãe, Mulher e Enfermeira. 

Sou uma Mulher madura, com formação na área da Saúde (enfermeira), sempre trabalhei no meio hospitalar e em paralelo desenvolvi um projecto pioneiro em Portugal chamado Kuantos Meses (Serviços pré e pós-parto).

Sou mãe de dois filhos, a Joana com 20 anos e o André com 16 anos. Com o crescimento deles surgiram novos interesses, como por exemplo o desporto e a fotografia. Associado ao desporto, uma alimentação saudável e um estilo de vida novo. Recentemente foi-me diagnosticada uma doença Auto-imune – Miastenia Gravis. Uma doença desconhecida para muitos e com a qual eu ainda estou aprender a viver. Sempre fui muito activa e sempre encarei os obstáculos como oportunidades para realizar novos projectos – Agora chegou o momento de fazer nascer o BLOG 

Femme by Enf. Célia

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