Estamos todos preocupados, e há razões para tal. Os números são bastante esclarecedores. Temos que seguir as regras, temos de nos isolar, temos de ficar com os filhos em casa. Temos de ser responsáveis. E pedem-nos tão pouco, comparado com quem tem de ir para o “terreno”.
Como sabem sou enfermeira, recentemente a vida pregou-me uma partida e estou a tentar estabilizar uma doença, que me afastou do activo há já alguns meses. Embora, não esteja no activo, tenho muitos anos disto, de uma profissão que ADORO e a que me sempre entreguei de alma e coração. Por isso conheço bem a ambivalência de sentimentos porque todos os profissionais de saúde (médicos, enfermeiros, auxiliares de acção médica, técnicos de imagiologia, e análises clinicas) estão a passar, neste momento. Sentem o chamamento de estar nos seus locais de trabalho, e minuto a minuto diminuírem ou aliviarem a dor de alguém. Mas também sentem o medo de levarem para casa o vírus para as suas famílias. Por vezes não há tempo para pensar, pois estão reduzidos, estão a trabalhar horas a mais, em condições que não são as melhores, e por isso não há tempo para pensar, só para agir. Quando finalmente há tempo para ir à casa de banho, comer uma sandes ou até ir dormir umas horas, nessa altura, vem o medo, a culpa e a sensação que colocámos todos à frente de quem amamos.
Foi e será sempre assim! Há quem tenha de ir para o terreno, há quem tenha de correr riscos!! Para eles, MUITO OBRIGADA.
O Meu OBRIGADA, estende-se a todos que de uma ou outra maneira são imprescindíveis para o país continuar a funcionar.
Hoje ouvi uma frase que me marcou:
Pediram aos nossos pais e avós para irem para a guerra, a nós estão apenas a pedir-nos para ficarmos em casa!
Vamos todos fazer um esforço para que todos estes profissionais retomem as suas vidas!