Este é um tema polémico e que na maioria das vezes está associado a tradições familiares.
Na verdade, nem sou a favor, nem sou contra!
Sei que no meu caso (há alguns anos, não muitos 🙂 ) furaram-me as orelhas com dias de vida, e com um método arcaico … simplesmente uma agulha de costura e uma linha. Bastante higiénico portanto! Mas sobrevivi e as orelhas também, e sempre gostei de usar brincos.
Com a minha filha, esperei que já tivesse uns aninhos para lhe furar as orelhas (até porque já havia alguma pressão das avós), levei-a a um ourives de confiança, que na altura utilizou o método actual, com tudo esterilizado. Correu muito bem, não se queixou e cicatrizou sem qualquer problema. Mas a verdade é que a Joana, nunca foi fã de brincos, e ou usa algo muito discreto ou simplesmente não usa. O que me leva a pensar se devemos de ser nós pais a decidir furar as orelhas, ou se devemos esperar que cresçam para tomarem a decisão de furar, se for essa a vontade.
Como enfermeira, cabe-me apenas orientar a família da melhor forma, para que o bebé/criança não corra qualquer risco!
Quando mais precocemente se furar as orelhas, maior é o risco, sendo assim recomenda-se que o bebé tenha mais de 3 meses de vida e já tenha realizado a primeira dose da vacina contra o tétano (PNV). Esta vacina tem um papel muito importante para prevenir qualquer infecção associada ao material mal esterilizado.
A Academia Americana de Pediatria, recomenda que os pais apenas furem as orelhas e coloquem brincos, só quando as crianças tenham a capacidade para cuidarem dos furos sozinhas. Desaconselham mesmo, não furar enquanto houver o risco de os bebés engolirem acidentalmente os brincos.
Se a decisão já está tomada e em breve vão furar as orelhas às vossas meninas ou meninos, então não se esqueçam:
- Escolher um local certificado e que use material esterilizado e todas as medidas de higiene;
- Que os brincos tem de ter uma mola de segurança (para não haver o risco de se soltarem e serem engolidos)
- Os brincos devem ser hipoalérgicos e com um baixo risco de desenvolver infecções (Ouro, platina, inox, ou titânio)
- Só furar após a primeira dose da vacina do tétano (2 meses)
- Após o procedimento, em casa, deve lavar as mãos antes de mexer nas orelhas. Limpar 2 vezes por dia com uma solução asséptica. Rodar o brinco para evitar que cole. Não trocar de brincos até estar bem cicatrizado.
- Em caso de sinais de infecção (Vermelhidão; pús; calor; dor ou mau cheiro) no local, deve procurar ajuda médica.
Como em tudo o bom senso é meio caminho andado para que tudo corra bem!
Fotografia: Villagestreetwear – Instagram